Uma das cidades mais antigas de Santa Catarina, a história de Biguaçu está intimamente ligada à colonização açoriana no estado. Você conhece todos os detalhes dessa história? Sabe a origem do nome Biguaçu e que a cidade chegou a ser a capital catarinense?
O artigo de hoje conta um pouco do passado de Biguaçu. Também mostra o que é a cidade nos dias de hoje, passando, por exemplo, pelos setores mais importantes da sua economia.
Além disso, você entenderá porque a cidade tem potencial de desenvolvimento e atrai cada vez mais novos moradores e investidores.
Quer mergulhar no passado de Biguaçu e compreender o futuro da cidade? Então, siga a leitura!
A história de Biguaçu desde a sua origem
A história de Biguaçu começa em 1747, quando imigrantes portugueses da Ilha da Madeira, uma das nove do Arquipélago dos Açores, assentaram na região. À época, eles ficaram num lugarejo chamado São Miguel da Terra Firme, o primeiro nome de Biguaçu.
Pouco tempo depois da chegada dos portugueses, foi construída a primeira igreja da cidade. Uma edificação que mantém sua relevância até hoje e continua de pé.
Trata-se da igreja de São Miguel Arcanjo, cuja história começa em 23 de janeiro de 1751. Seu primeiro vigário foi o Padre Domingos Pereira Machado, responsável pela freguesia de São Miguel a partir de 1752.
Capital provisória
A informação está nos registros oficiais da cidade. Embora por um curto período, Biguaçu chegou a ser a capital de Santa Catarina. Isso ocorreu de 10 de outubro de 1777 a 2 de agosto de 1778, quando os espanhóis ocuparam a ilha de Santa Catarina, atual Florianópolis. Na época, espanhóis e portugueses disputavam fronteiras no Sul do Brasil.
Quando os espanhóis invadiram a antiga Desterro – primeiro nome de Florianópolis – os portugueses precisaram deixar a cidade. Como a Capitania de Santa Catarina não poderia ser abandonada, o vice-rei nomeou um militar, que representava a Coroa Portuguesa, e refugiou-se em São Miguel de Terra Firme.
Somente depois de vários acordos a Coroa Portuguesa conseguiu retomar a posse da Ilha, que voltou a ser capital catarinense.
Biguaçu se torna independente
Em março de 1833, um ato do conselho administrativo da província elevou a freguesia de São Miguel à vila e criou o município de Desterro. Em maio do mesmo ano, foi criado o município de São Miguel.
O ano de 1833 também marca a instalação da primeira Câmara de Vereadores de Biguaçu, criada para administrar a localidade elevada ao status de município, mas ainda com o nome de São Miguel.
A gradativa decadência econômica e surtos, principalmente de malária, deixaram São Miguel sem estrutura. O município, então, perdeu prestígio na segunda metade do século 19.
Em paralelo, um povoado de colonos, que habitavam a margem direita do Rio Biguaçu, começa a ganhar força e importância econômica. Sendo assim, em 1894, a sede de São Miguel é transferida para Biguaçu e, pouco tempo depois, o nome do município foi alterado. Surge a cidade de Biguaçu que todos conhecemos hoje.
A origem do nome Biguaçu
Ainda sobre a história de Biguaçu, há um pouco de controvérsia em relação à origem do nome da cidade. Uma das versões mais difundidas indica que se trata de uma palavra indígena, cujo significado é “Biguá Grande”. O Biguá é um pássaro bastante comum na região e encontrado até hoje nas margens do Rio Biguaçu. Também é bem comum em Florianópolis.
O padre Raulino Reitz, no entanto, deixou registrada uma versão diferente no seu livro “Alto Biguaçu”, de 1988. De acordo com o padre, o nome da cidade está relacionado a uma árvore semelhante ao jambolão, que é popularmente conhecida por baguaçu.
O jornalista Ozias Alves Júnior, que era de Biguaçu e morreu de Covid-19 em 2021, também deixou uma pesquisa sobre a origem do nome da cidade. Segundo o estudo de Ozias, desenvolvido com o professor Aryon D. Rodrigues, Biguaçu vem da palavra “Guambygoasu” que significa “grande cerca de paus”. O termo, segundo a pesquisa, era usado pelos antigos índios Carijós que viviam na cidade.
Biguaçu dos tempos atuais
Na origem, a história de Biguaçu está marcada pela chegada dos açorianos. Depois, por conflitos que a levaram a ser capital catarinense. Na atualidade, no entanto, a cidade busca o seu desenvolvimento e tem espaço para crescer mais.
Economia
Até os anos 1970, a economia biguaçuense dependia da renda gerada no tripé agricultura, pesca e pecuária. Hoje o cenário é outro. A pesca, por exemplo, é praticamente irrelevante e cultivada apenas por pescadores artesanais.
A principal força de Biguaçu em termos econômicos vem da indústria, que gera a maioria dos empregos. Pode-se dizer que a base da economia vem das indústrias de plástico, que empregam muitos moradores na cidade.
Em segundo lugar, fica o comércio, em franca expansão em Biguaçu. O setor de jardinagem, cada vez mais forte nos últimos anos, também é relevante. Biguaçu é o maior produtor de grama de Santa Catarina e também de plantas para jardinagem. A indústria plástico é outro grande setor econômico do município.
Por fim, a agricultura, não na mesma proporção do passado, também contribui para a economia de Biguaçu. O destaque fica para produção de arroz e hortaliças.
E você sabia que a maior empresa de combustíveis do país, a Petrobras, possui uma distribuidora no município? Sim e, por conta disso, a cidade tem acesso a gás natural.
Infraestrutura
Biguaçu está a apenas 15 km de Florianópolis, capital de Santa Catarina e faz divisa com outros seis municípios do estado: Antônio Carlos, Governador Celso Ramos, Tijucas, Canelinha e São João Batista e São José.
A BR-101, importante corredor Rodoviário do país, corta a cidade de Biguaçu de norte a sul. De leste a oeste a cidade é cortada pela SC-407.
Turismo
Biguaçu tem uma série de atrações para quem quer apenas turistar. Entre as opções que mais podem agradar estão as praias de Biguaçu. A cidade tem recantos que não perdem em nada para a capital, por exemplo.
Uma das praias mais populares é a de São Miguel. Quem aprecia o turismo rural vai gostar de conhecer Três Riachos.
Quem gosta de história pode conhecer bastante sobre SC em Biguaçu. A Igreja São Miguel Arcanjo, sobre a qual falamos no início do post, faz parte do Conjunto Arquitetônico Luso-Açoriano, junto do sobrado do Museu Etnográfico Casa dos Açores e do aqueduto.
Um passeio no Museu Etnográfico conta muito sobre a colonização açoriana. O espaço abriga diversas antiguidades, como artesanatos, fotografias, móveis e documentos.
Outro passeio que muito diz sobre a história de Biguaçu é uma visita ao Centro Cultural Casa do Barão. Construída em 1891, a Casa do Barão tem biblioteca virtual, salões de exposição e é sede da Academia Municipal de Letras.
Preservando o passado, escrevendo o futuro
A história de Biguaçu é cheia de peculiaridades. Para quem gosta de mergulhar no passado, é um prato cheio de informações interessantes e curiosidades. Diversos pontos turísticos, como o Museu Etnográfico contam o que aconteceu no passado de Biguaçu.
Com sangue biguaçuense correndo nas veias, os fundadores da Construtora MTF admiram e valorizam a história da cidade. Por isso, eles resolveram criar um museu na loja de vendas do seu novo empreendimento, o MHaus.
Residencial e comercial, o MHaus vai revolucionar Biguaçu com suas torres de 90 metros de altura. Concebido para mudar a história da cidade, o MHaus valoriza o passado em enormes painéis na loja de vendas, que fica ao lado do canteiro de obras do empreendimento.
Os painéis contam fatos históricos de Biguaçu e colocam os futuros moradores do condomínio em contato com as raízes da cidade.
Quer conhecer mais sobre Biguaçu? Então, visite a loja de vendas do MHaus. Das duas uma, ou você vai encontrar sua casa nova, ou no mínimo fazer um passeio bem interessante e diferente.
Quero fazer duas ressalvas. Uma primeira, é que a ilha da Madeira não faz parte do arquipélago dos Açores. Ela própria é sede do arquipélago da Madeira. Segundo, a Academia com sede no Casarão Born chama-se, não Academia Municipal, mas sim, Academia de Letras de Biguaçu.
Muito interessante. Meu falecido pai é natural de Biguaçu, localidade de Três Riachos. E sempre falou da praia de São Miguel. Qualquer dia desses vou fazer um passeio por aí.
Ótimo artigo!
Quero muito conhecer essa cidade,meus antepassados eram imigrantes Português ,alguns nasceram,casaram nessa cidade.